segunda-feira, 28 de novembro de 2016

NOSSO MUNDO



"Num mundo que tinha se tornado um barril de pólvora nuclear com quase um bilhão de pessoas sentadas em cima, era um erro - talvez de proporções suicidas - acreditar que havia uma diferença entre bons atiradores e maus atiradores. Havia um excesso de mãos trêmulas segurando isqueiros perto de um número excessivo de pavios".

[A Torre Negra II, A Escolha dos Três, Stephen King, p. 191]

A MEDIDA DA ALMA



"...Porque lábios libertinos ou venais lhe haviam murmurado frases parecidas, quase não acreditava na pureza das que ouvia agora, achava que se devia fazer desconto nas expressões exageradas que escondiam aflições medíocres, como se a plenitude da alma não se extravasasse, às vezes, nas mais vazias metáforas, pois que ninguém pode jamais dar medida exata às próprias necessidades, concepções ou dores, e já que a palavra humana é como um caldeirão fendido em que batemos melodias para fazer dançar os ursos, quando antes quereríamos enternecer as estrelas".

[Madame Bovary, Gustave Flaubert, p. 195]

DAS CRISES DA ALMA



"... porque se encontrava numa dessas crises em que a alma inteira mostra indistintamente o que encerra, como o oceano, que nas tempestades se abre desde as espumas da margem até a areia dos seus abismos".

[Madame Bovary, Gustave Flaubert, p. 250]

AFINIDADES




"Foi assim, um junto do outro, que eles entraram numa dessas vagas conversações em que o acaso das frases nos conduz a todo instante ao centro fixo de uma simpatia comum"

[Madame Bovary, Gustave Flaubert, p. 93]