Falavam de sentimentos. Questionada sobre o mais relevante, respondeu de imediato: admiração. A razão lhe parecia clara. Não tinha nada contra o amor. Ao contrário, entendia o amor como uma admiração amadurecida. A idéia não lhe era inédita. Jung e Freud não haviam dito isso em outros termos? A admiração não era então o primeiro sentimento a despertar na alma humana? Admiração, a precursora do amor. Como sabia? Questionavam. Ora, quantos questionamentos! Sabia, porque sabia. Não ousava confessar que já havia experimentado a admiração em sua forma mais pura. E como era doce! Lembrava de cada detalhe, de cada sensação, da magia da descoberta. Mas havia acabado, pensava. Entretanto, persistia o amor, sentimento independente, de relevância questionável, mas de vitalidade inabalável! Como sabia? Questionou a si mesma. Conhecimento, pensou, baseado puramente em experiências. Quem ousaria contesta-la?
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