sexta-feira, 15 de abril de 2011

ADMIRAÇÃO


Falavam de sentimentos. Questionada sobre o mais relevante, respondeu de imediato: admiração. A razão lhe parecia clara. Não tinha nada contra o amor. Ao contrário, entendia o amor como uma admiração amadurecida. A idéia não lhe era inédita. Jung e Freud não haviam dito isso em outros termos? A admiração não era então o primeiro sentimento a despertar na alma humana? Admiração, a precursora do amor. Como sabia? Questionavam. Ora, quantos questionamentos! Sabia, porque sabia. Não ousava confessar que já havia experimentado a admiração em sua forma mais pura. E como era doce! Lembrava de cada detalhe, de cada sensação, da magia da descoberta. Mas havia acabado, pensava. Entretanto, persistia o amor, sentimento independente, de relevância questionável, mas de vitalidade inabalável! Como sabia? Questionou a si mesma. Conhecimento, pensou, baseado puramente em experiências. Quem ousaria contesta-la?

domingo, 3 de abril de 2011

SOBRE O SOFRIMENTO


- O sofrimento é um hábito, Sofia.  Se uma pessoa caminha sempre pelo mesmo trilho,  a grama não cresce! É preciso encontrar um caminho alternativo.
- É. Mas se a grama tiver morta, ela não vai crescer nem que você pare de passar!
- É simples: planta-se novamente. É a grande sacada da vida.
- Mas se a terra não for boa, não vai adiantar plantar.
- Sofia, onde cresceu a grama uma vez, sempre é possível que cresça de novo.
- Faz sentido.. mas são apenas probabilidades.
- Isso. E probabilidade é um tema para outra conversa...