"Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos" [Marco Feliciano]
Há dias eu tenho acompanhado as declarações do nosso Ilustre Presidente da Comissão de Direitos Humanos. Não tenho me manifestado. Por duas razões: a primeira, é porque eu respeito os evangélicos. Respeito, não só porque minha família quase toda é, mas porque acho que ninguém pode ser criticado por manter convicções religiosas (eu respeito até o Silas Malafaia); a segunda é porque não gosto de polêmica e acredito muito naquela frase [clássica] que diz "posso não concordar com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de dizê-las". Hoje, no entanto, perdi a paciência com esse ser humano.
Perdi a paciência, não porque sou feminista. Aliás, muito pelo contrário. Quem me conhece sabe que eu jamais queimaria soutien por aí. Que eu adoraria estar, neste momento, tocando piano e lendo livros em grupo [olhando seriados - sim, porque aceito a evolução]. Não perdi a paciência só porque ele ofende os gays e metade dos meus amigos homens são homossexuais. Eles - TODOS - tem um caráter mais reto e bondoso do que a maioria dos heterossexuais que eu conheço, mas nunca senti que precisava defende-los me manifestando. Aliás, eles se defendem sozinhos e muito bem das atrocidades verbais que leem por aí. Pra mim, o fato deles se interessarem por "xypsilons" e não por "xxizes" não faz a menor diferença. Pff!
Eu perdi a paciência porque não simpatizo com quem não domina a língua portuguesa. Muito menos com quem não sabe falar uma frase com coerência. Perco a paciência com gente que confunde conceitos. "Mulher trabalhando", pro querido defensor das minorias, virou "mulher que não casa". Pior é a estatística: mulher que trabalha demais, só por isso, se interessa por mulher. Se quero os direitos dos homens, é porque quero ser homem, certo Marco Feliciano? Errado.
Errado. Tudo errado. Errado confundir homossexualidade com pedofilia (dicionário no homem, please!). Errado julgar uma raça amaldiçoada por uma interpretação supostamente bíblica (amaldiçoada sou eu que tenho que ficar lendo as declarações desse homem). Errado dizer que Deus não vai ajudar se o vivente só der o cartão e não a senha. Errado porque essas declarações não representam a fé evangélica. Essas declarações apenas deturpam o objetivo de qualquer religião: espalhar o amor. Elas propagam o ódio e não acredito que alguém ache natural ou que afirme que este homem fala tanta besteira em nome de Deus.
E o pior: a ignorância vai longe. Agora no facebook, milhares de pessoas estão compartilhando uma frase atribuída ao Jean Wyllys, sem sequer pesquisar no google (tão fácil, gente) se a procedência é verdadeira. Coincidentemente, isso também parece ter partido dos seguidores bem instruídos do Tio Marco Feliciano, essa jóia preciosa que habita a Terra e que agora foi escolhida para presidir as minorias. E tem gente que defende. Não tem a ver com religião. É caráter. É com isso que algumas pessoas se identificam. Lamentável.