sexta-feira, 1 de outubro de 2010

RIMAS


O grande amor de Sofia era um objeto.
Não era uma pessoa, não era um animal, não era uma planta.
Não tinha coração e nem expressão.
Não sabia amar (e nem poderia, era inanimado).
As pessoas diziam para Sofia: “é um objeto!
Mas Sofia ignorava e prosseguia.
Sofia queria que o objeto se sentisse vivo!
Mas se o objeto sequer sentia, como poderia?
Sofia mesmo assim não desistia.
Deu-lhe amor, deu-lhe carinho, deu-lhe cuidado!
Até que um dia numa manhã de fevereiro.
Uma tempestade entrou na casa de Sofia.
O objeto estilhaçou-se em pedacinhos.
E na queda cortou a mão de Sofia!
Sofia chorava, não sorria, não vivia.
Não era a pequena mão que lhe doía.
Nem tampouco a saudade que sentia.
Era o seu coração que não entendia:
Como pode? Não era apenas um objeto?
Se não respirava, não amava e não vivia?
De que forma então machucava?
Doía. Ninguém entendia.